sábado, 5 de abril de 2014

Episódio 6 de Not Alone



Episódio 6

Romenia - Castelo de Peles - Tarde
Na estufa Larissa resolvê contar a verdade, afinal porque esconder algo daquele homem!
Larissa: Lamento, não sabia que iríamos ter a sessão a tarde!
Charles: Perguntei sobre suas botas, você as perdeu? Estava nadando neste frio? Poderá pegar um resfriado, aqui é bem diferente do Brasil!
Larissa: Nossa tantas perguntas! Acho que invertemos os papéis hoje. Não eu não entrei em nenhum lago congelado apenas molhei meus pés e perdi minha bota sim!
Charles analisa as respostas de Larissa com cuidado.
Charles: Estava cavalgando... sozinha? - ele limpa a garganta - Porque é perigoso nessa região! Por causa do castelo e tudo mais.
Larissa: Sim e não! Mas isso não vem ao caso. Então hoje nós poderiamos...
Charles resolve deixar quieto a mudança de assunto de Larissa, mas não consegue se concentrar no que ela diz. Várias vezes Larissa teve que repetir suas palavras era como se nada importasse. Ele precisava saber com quem ela estava cavalgando.
No jantar os castiçais já estavam acesos, Isabel e France organizam a mesa.
France: Porque está tão feliz mulher?
Isabel: O senhor Nikolai ficou doido quando soube que a Doutora não estava no castelo! - murmurou ajeitando os talheres.
France: Acha que eles...
Cláudio entra na sala interrompendo a conversa.
Isabel: O que estava fazendo com a Doutora aquela hora? O senhor Nikolai não vai gostar de saber que você anda dando em cima da senhorita Fontes.
Cláudio: A Larissa e solteira, além do mais não fizemos nada demais!
Charles: E o que seria fazer algo demais jovem Alcântara?
Larissa entra na sala de jantar sorrindo. Cláudio abaixa a cabeça. Todos os funcionários seguem o gesto do Cowboy.
Larissa: Estou atrasada de novo? - questionou olhando para o relógio da parede que marcava sete em ponto - Ou alguem morreu ou aconteceu algo...
Charles: Não está atrasada senhorita... Hoje! - comentou indicando para que ela se sentasse.
Larissa olha para Cláudio, o Cowboy pede licença e sai da sala. Depois do jantar tenso, Charles pede que sirvam o chá no jardim.
Charles: A senhorita me acompanha?
Larissa: Um, eu? - pergunta surpresa com o convite.
E pela primeira vez Larissa vê Charles sorrir. Era a primeira vez dele também, depois do acidente nada nem ninguém tinha conseguido tirar um simples sorriso de seus lábios. Os empregados espantados encaram o homem que continuava a sorrir,  a primeira pedra da muralha já estava derrubada.
Larissa: Não sou acostumada a tomar chá depois do jantar, mas como o senhor cooperou comigo hoje! Eu aceito - ela devolve o sorriso de um jeito que estremece o corpo de Charles - por favor, Isabel sem àquelas raízes...
Isabel: Sem ginseng! Pode deixar senhorita Larissa.
Isabel e France sorriem cúmplices da proximidade que estava nascendo entre os dois jovens.

Os dias passam e o Natal se aproxima...

Larissa toda manhã cavalgava, o ar fresco parecia aliviar a saudade que sentia de sua família. Em diversas ocasiões Cláudio a acompanhava na volta para o castelo. Larissa via em Cláudio um laço de amizade que pra ele significava algo mais.
Larissa: Obrigado pela companhia Cláudio, adorei o passeio - disse entusiasmada ao chegar no castelo.
Cláudio: Tem muitos lugares ainda pra te levar Larissa - comentou - Tantos que você nem imagina!
O Cowboy percebe que Charles estava na janela de seu quarto observando-os. Cláudio encurta a distância entre Larissa, e lhe rouba um beijo.
Larissa: O que... Cláudio não! - ela se afasta com seu coração batendo a mil.
Larissa passa a mão pelos cabelos e ao olhar para cima depara com os olhos negros de Charles. Sentiu um choque quando ele puxa as cortinas de seu quarto. O que estava acontecendo com ela? Esses últimos dias Charles se tornou seu amigo e confidente, porque sentiu como se estivesse em um relacionamento com ele? Ela era livre, mas talvez seu coração não pensasse mais assim!
Larissa sobe os degraus da escada de dois em dois, não sabia muito bem o que falaria para Charles. Ela bate na porta. De novo. E de novo.
Larissa: Charles preciso conversar com você!
Charles: Não temos nada pra conversar senhorita Fontes.
Larissa: Vamos recomeçar do zero então? Vai voltar a agir cordialmente, como se eu fosse apenas sua psicóloga?
Charles: Que eu saiba a senhorita está aqui pra isso! És livre pra fazer o que bem entender, não me deve explicações!
Larissa: Charlie... Não me trate assim! Não volte a ser aquele homem frio. Eu...
Charles: Tudo isso não passou de um jogo seu! Se fingiu de amiga, fingia esse tempo todo! Queria conquistar minha atenção... Tudo por esse maldito tratamento! - gritou.
Larissa escuta algo sendo atirado contra a parede.
Charles: Seus métodos funcionam doutora! Fico me   perguntando se com pacientes não alejados o quão longe você iria!
Larissa Não responde aquela acusação. Àquilo era demais, o que ele diz dizer... Se ele andasse a teria levado pra cama! Isso era um absurdo, Larissa realmente sentia algo por Charles e sabia muito bem que aquele sentimento não era pena! Era... Droga, era amor! Ela estava apaixonada por Charles. A descoberta faz Larissa sair correndo para seu quarto, se tranca e cai na cama, perdida!
Larissa: Não, não pode ser! Não posso amar alguem que me faz tanto mal, que me detesta e me ofende! - murmura pra si mesma entre as lágrimas que insistiam em cair - Amando aquele monstro ou não vou embora!
Larissa começa a organizar sua mala decida a partir o quanto antes. Depois de tudo pronto cai na cama pegando no sono.

Episódio 5 de Not Alone



Romenia - Castelo de Peles - Noite
Charles se esforça para se levantar do chão, mas suas pernas não respondem. Larissa entra no quarto novamente sem bater, ela vê Charles no chão e tenta se aproximar.
Charles: Não se aproxime, não preciso de ajuda!
Porém Larissa é teimosa, a doutora levanta a cadeira tombada no chão e caminha em direção a Charles que continuava se debatendo no chão.
Larissa: Porque você é tão egoísta e orgulhoso? - questiona segurando em seu braço - Deixa eu te ajudar!
Charles: Não preciso da sua ajuda!
Larissa: Pois vou ajudar mesmo assim!
Ela rodeia os braços naquele homem rude, depois de algum esforço consegue levanta-lo.
Larissa: Senhor Nikolai tem que aprender a diferenciar ajuda de caridade! Não tenho pena do senhor, se é isso que lhe aflige!
Charles sorri sarcastico, Larissa puxa a cadeira para senta-lo. Ele protesta recusando sua ajuda.
Larissa: O que tentava fazer?
Charles: Nada, só queria ver...
Larissa: Não é de uma hora para outra que irá andar senhor Nikolai, é preciso dedicação e quem sabe um pouco de fé!
Charles: Fé? A senhorita acha que acredito em Deus depois do que me fez... Do que ele me tirou!
Larissa inconformada suspira. Uma das coisas que mais odiava na vida era discutir sobre política e religião.
Charles: Ele me tirou tudo!
Larissa: Não é verdade, o senhor está aqui vivo e deveria agradecer por isso! Na vida temos que aprender que uma hora ou outra as pessoas que amamos vão partir. O que não pode acontecer é o senhor simplesmente se entregar a solidão!
Charles: Se eu precisar ouvir sermão vou na igreja senhorita, não precisa gastar seu tempo comigo!
Larissa se ajoelha perante aquele homem mau humorado e olha profundamente nos olhos Charles.
Larissa: O senhor é muito jovem e bonito para ficar culpando a Deus sobre coisas que não podemos julgar! - disse docemente, ao se levantar beija a face de Charles Do lado em que estava a cicatriz.
O homem fica imóvel era como se a paralisia houvesse afetado todo o seu corpo, que agora queimava e ardia de um jeito bom. Larissa sai do quarto deixando-o atordoado.
Na manhã seguinte Larissa depois de tomar seu café resolve cavalgar pela região, em meio as redondezas ela encontra um riacho de águas cristalinas. O cenário era encantador, Larissa amarra seu cavalo em um tronco de árvore, ela retira as botas colocando os pés dentro da água extremamente gelada.
Cláudio: É a primeira e provavelmente a única mulher que tem coragem de molhar os pés nessa água congelada! - brinca aparecendo por detrás de uma árvore.
Larissa se assusta deixando uma de suas botas cair no riacho, ela tenta puxar a bota, mas a corrente de água é mais veloz e leva a bota riacho abaixo.
Cláudio: Eu sinto muito, não queria lhe assustar!
Larissa: Deveria ter pensado nisso antes de me abordar pelas costas... E da onde você saiu? Não tem nada a quilômetros de distância, essas terras são do senhor Nikolai.
Cláudio: Eu sei, trabalho pra ele já faz uns dez anos. Contudo a invasora aqui é a senhorita, esse cavalo me pertence. O Dido não é propriedade do senhor Nikolai!
Larissa: Oh, sinto muito não me avisaram, me disseram para pegar o que gostasse e ele é tão dócil!
Cláudio se aproxima de Dido aparecia seu pelo, o cavalo se curva a seu dono. Larissa sorri deslumbrada. Os dois voltam para o castelo. Assim que Isabel avistar os dois corre de encontro a eles.     Isabel: Doutora Fontes até que em fim a senhorita retornou! - exclamou com as mãos no joelho sem ar nos pulmões.
Larissa: Dona Isabel pode me chamar de Larissa ou Lara... Menos de doutora ou senhorita Fontes! - comentou sorrindo entregando o cavalo a Cláudio que parecia encantado pela jovem.
Isabel percebe as intenções do Cowboy. Larissa encara a ambos sem compreender o que estava acontecendo.
Isabel: È melhor entrarmos, a senhorita está atrasada para a terapia com o senhor Nikolai!
Larissa: Não estou não! A terapia é só noite e também...
Isabel: Ele mudou de idéia - comentou sorrindo pegando nas mãos de Larissa - Vamos, a estufa está preparada!
Isabel puxa Larissa pela mão, a jovem se despede com um sorriso para Cláudio. As duas entram na estufa, Charles olha de cima em baixo o estado de Larissa, seu rosto se fecha amargamente quando percebe que a jovem está descalça. Com quem ela estaria cavalgando? Porque estava tão linda naquela manhã? As perguntas o atormentavam.
Isabel: Vou trazer um chá para aquece-los! -  comentou fechando a porta ao sair.
A estufa parecia se encolher, o olhar de Charles devora a Larissa que engole a seco. Aquele homem frio mexia com seus sentimentos e despertarva nela um instinto protetor.
Charles: Onde estão suas botas? - pergunta avaliando o rosto vermelho de Larissa.
Larissa senta na poltrona a sua direita tentando organizar seus pensamentos e por fim decidir se conta a verdade ou não!                

Episódio 4 de Not Alone



Episódio 4

Romenia - Castelo de Peles - Tarde
Larissa anda de um lado para outro na enorme eestufa, a princípio ela achou uma ótima idéia fazer as sessões naquele ambiente por fim sua idéia mudou ao perceber que todo seu trabalho para organizar aquele ambiente foi inútil.Já era quase noite e Charles não aparecera.
Larissa: Eu não acredito, maldito seja! - gritou com a raiva presa em sua garganta.
Isabel entra na estufa trazendo o chá da tarde. Ela repara que a jovem doutora não estava nada bem naquela tarde fria.
Larissa: O que ele pensa que está fazendo? Não vou tolerar que me faça de boba! Eu vou buscar ele... E vai ser agora!
Isabel sai atrás de Larissa. A jovem doutora invade o quarto de Charles e por um segundo se arrepende de ter cometido aquela grosseria. Charles estava sentado em frente a janela, com o barulho da porta se abrindo ele se virou rapidamente tentando esconder seu rosto.
Larissa: Deus! - exclamou pondo as mãos a boca pelo susto.
O rosto de Charles havia uma cicatriz enorme, não parecia ser real. A marca vinha da orelha e finalizava próximo a sua boca. A iluminação ambiente deixou claro o porque de seu exílio, era provável que teria vergonha ou receio daquela cicatriz medo do que os outros iriam dizer ou sentir.
Charles: O que foi doutora te assustei? Não gostou do que viu? Agora saia - suas palavras eram cheias de dor.
Larissa tentou manter a calma e fingir que aquilo não era nada que aquela marca não significava nada.
Larissa: Quero saber porque não compareceu a nossa terapia!
Charles: Quer mais um motivo fora essa sua cara de pena e horror? Ah... Por favor, saia do quarto me deixe só!
Isabel que estava na porta puxa o braço de Larissa, mas ela se recusa a sair.
Larissa: Eu organizei uma sala na estufa é um òtimo ambiente...
Charles bufando gira sua cadeira virando-se para a janela. Larissa pede para que Isabel os deixe sozinhos.
Larissa: Bom, se não quer fazer na estufa então faremos aqui mesmo senhor Nikolai - comentou fechando a porta e sentando-se na poltrona de frente a enorme cama.
Charles: Você tem o dom de me deixar fervendo por dentro!
Larissa: Vou fingir que isso é um elogio senhor Nikolai. Mas deixe-me ver... Aqui está! - exclamou pegando uma pasta dentro da sua maleta.
Por fim Larissa conseguiu retirar algumas informações de Charles, ele sempre respondia rudemente, isso quando respondia. Em momento algum ele se virou para encarar Larissa.
Larissa: É desconfortável falar com alguem de costas!
Charles: Não está aqui pelo conforto e sim para me auxiliar em... sei lá o que! Até agora respondi a milhares de perguntas e nenhuma delas faz sentido pra mim.
Larissa: Podemos encerrar por hoje. Obrigado por cooperar senhor Nikolai.
Charles: A senhorita escolheu a profissão errada. Você vai enlouquecer ainda mais seus pacientes!
Larissa: De fato se forem iguais ao senhor!
Charles se vira encarando Larissa. A jovem doutora sente o sangue congelar nas veias perante aquele olhar frio.
Larissa: Nos vemos no jantar! - revela levantando da poltrona.   
Sozinho no quarto Charles pragueja, seu coração nunca bateu tão forte por uma mulher. Era como se os olhos dela trouxessem luz na escuridão de sua vida.
Charles: E ela nunca será minha, não enquanto for um alejado com o rosto desfigurado! - ele sente uma dor no peito ao se olhar no espelho, as lágrimas caem deixando uma marca em sua alma ferida. A marca da solidão!
Charles tenta se levantar da cadeira de rodas, ele consegue ficar em pé por alguns segundos, mas suas pernas não são fortes o suficiente. Ele cai esbarrando em um vaso de flor, onde fere sua mão. A porta é aberta para desespero de Charles.