Romenia - Castelo de Peles - Noite
Charles se
esforça para se levantar do chão, mas suas pernas não respondem. Larissa entra
no quarto novamente sem bater, ela vê Charles no chão e tenta se aproximar.
Charles: Não se aproxime, não preciso
de ajuda!
Porém Larissa
é teimosa, a doutora levanta a cadeira tombada no chão e caminha em direção a
Charles que continuava se debatendo no chão.
Larissa: Porque você é tão egoísta e
orgulhoso? - questiona segurando em seu braço - Deixa eu te ajudar!
Charles: Não preciso da sua ajuda!
Larissa: Pois vou ajudar mesmo assim!
Ela rodeia os
braços naquele homem rude, depois de algum esforço consegue levanta-lo.
Larissa: Senhor Nikolai tem que
aprender a diferenciar ajuda de caridade! Não tenho pena do senhor, se é isso
que lhe aflige!
Charles sorri
sarcastico, Larissa puxa a cadeira para senta-lo. Ele protesta recusando sua
ajuda.
Larissa: O que tentava fazer?
Charles: Nada, só queria ver...
Larissa: Não é de uma hora para outra
que irá andar senhor Nikolai, é preciso dedicação e quem sabe um pouco de fé!
Charles: Fé? A senhorita acha que
acredito em Deus depois do que me fez... Do que ele me tirou!
Larissa
inconformada suspira. Uma das coisas que mais odiava na vida era discutir sobre
política e religião.
Charles: Ele me tirou tudo!
Larissa: Não é verdade, o senhor está
aqui vivo e deveria agradecer por isso! Na vida temos que aprender que uma hora
ou outra as pessoas que amamos vão partir. O que não pode acontecer é o senhor
simplesmente se entregar a solidão!
Charles: Se eu precisar ouvir sermão
vou na igreja senhorita, não precisa gastar seu tempo comigo!
Larissa se
ajoelha perante aquele homem mau humorado e olha profundamente nos olhos
Charles.
Larissa: O senhor é muito jovem e
bonito para ficar culpando a Deus sobre coisas que não podemos julgar! - disse
docemente, ao se levantar beija a face de Charles Do lado em que estava a
cicatriz.
O homem fica
imóvel era como se a paralisia houvesse afetado todo o seu corpo, que agora
queimava e ardia de um jeito bom. Larissa sai do quarto deixando-o atordoado.
Na manhã
seguinte Larissa depois de tomar seu café resolve cavalgar pela região, em meio
as redondezas ela encontra um riacho de águas cristalinas. O cenário era
encantador, Larissa amarra seu cavalo em um tronco de árvore, ela retira as
botas colocando os pés dentro da água extremamente gelada.
Cláudio: É a primeira e provavelmente a
única mulher que tem coragem de molhar os pés nessa água congelada! - brinca
aparecendo por detrás de uma árvore.
Larissa se
assusta deixando uma de suas botas cair no riacho, ela tenta puxar a bota, mas
a corrente de água é mais veloz e leva a bota riacho abaixo.
Cláudio: Eu sinto muito, não queria lhe
assustar!
Larissa: Deveria ter pensado nisso
antes de me abordar pelas costas... E da onde você saiu? Não tem nada a
quilômetros de distância, essas terras são do senhor Nikolai.
Cláudio: Eu sei, trabalho pra ele já
faz uns dez anos. Contudo a invasora aqui é a senhorita, esse cavalo me
pertence. O Dido não é propriedade do senhor Nikolai!
Larissa: Oh, sinto muito não me
avisaram, me disseram para pegar o que gostasse e ele é tão dócil!
Cláudio se
aproxima de Dido aparecia seu pelo, o cavalo se curva a seu dono. Larissa sorri
deslumbrada. Os dois voltam para o castelo. Assim que Isabel avistar os dois
corre de encontro a eles. Isabel: Doutora Fontes até que em fim a
senhorita retornou! - exclamou com as mãos no joelho sem ar nos pulmões.
Larissa: Dona Isabel pode me chamar de
Larissa ou Lara... Menos de doutora ou senhorita Fontes! - comentou sorrindo
entregando o cavalo a Cláudio que parecia encantado pela jovem.
Isabel percebe
as intenções do Cowboy. Larissa encara a ambos sem compreender o que estava
acontecendo.
Isabel: È melhor entrarmos, a senhorita
está atrasada para a terapia com o senhor Nikolai!
Larissa: Não estou não! A terapia é só
noite e também...
Isabel: Ele mudou de idéia - comentou
sorrindo pegando nas mãos de Larissa - Vamos, a estufa está preparada!
Isabel puxa
Larissa pela mão, a jovem se despede com um sorriso para Cláudio. As duas
entram na estufa, Charles olha de cima em baixo o estado de Larissa, seu rosto
se fecha amargamente quando percebe que a jovem está descalça. Com quem ela
estaria cavalgando? Porque estava tão linda naquela manhã? As perguntas o
atormentavam.
Isabel: Vou trazer um chá para
aquece-los! - comentou fechando a porta
ao sair.
A estufa
parecia se encolher, o olhar de Charles devora a Larissa que engole a seco.
Aquele homem frio mexia com seus sentimentos e despertarva nela um instinto
protetor.
Charles: Onde estão suas botas? -
pergunta avaliando o rosto vermelho de Larissa.
Larissa senta na poltrona a sua direita tentando
organizar seus pensamentos e por fim decidir se conta a verdade ou não!
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