sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Capítulo três de Vidas Traçadas



Capítulo três.
CENA UM. FLORENÇA. BAR. INT, NOITE:
Uma mulher misteriosa entra toda de preto num bar, com uma mala em cada mão. Ela se senta numa cadeira e chama por alguém.
HOMEM – Minha irmã, que saudades... Como foi a viagem?
MULHER – Sabe como é, né? O Canadá é muito frio, não sei como eu aguentei dois anos, lá. Mas, eu voltei, voltei para conclui o que eu havia terminado!
HOMEM – Lisandra, você é maluca! Para com essa obsessão pelo Gabrielle, na época, policia te procurou pelos quatro cantos do mundo, não sei como que eles não te acharam?!
LISANDRA – Você conhece uma coisa chamada: troca de identidade? Lá eu era chamada de Alex! Mas, Zeca, meu irmão, como vai à vida em Florença?
ZECA – Como qualquer outra! Vai ficar aqui ou vai pro Hotel?
LISANDRA – Eu aqui? Nesse lugar? Nem morta... Eu tô indo pro Hotel!
Lisandra pega as suas malas e sai andando, chamando a atenção dos bêbados do bar. Ela é perigosa e está disposta a tê o que quer.
A NOITE SAÍ E A MANHÃ CHEGA.
CENA DOIS. RIO DE JANEIRO/FAVELA DO TORTO. CASA. INT, DIA:
Bruno acorda e vai até a cozinha e lá vê a Socorro, ela está comendo sozinha e está com o olho roxo.
BRUNO – Ele te bateu de novo?
SOCORRO – Na hora que você foi lá pro Baile, ele te seguiu e viu você vendo o show masculino. Ele bebeu (chorando) e bateu! Bruno, por favor, se controle!
BRUNO – Socorro dá parte dele... Eu não vou parar de sair, de me diverti por causa disso... Vai à delegacia e dá parte dele, por favor!
SOCORRO – Ele sabe que você é, ele só precisa de uma confirmação verbal, eu te amo Bruno! Mas, eu se continuar, eu conto tudo pra ele!
BRUNO – Esse pesadelo acaba quando você dê parte dele e depois sair dessa casa! Eu só não saio, porque eu sou menor de idade, se eu pudesse...
Socorro chora ao som de ‘What the Well’.
CENA TRÊS. RIO DE JANEIRO/FAVELA DO TORTO/VIELA. EXT, DIA:
A música continua, mas agora lentamente. Apolo estava encostado na parede de alguma casa e a Elô passa. E ele a chama.
APOLO – Como vai a sua mãe?
ELEONORA – Bem, por quê?
APOLO – Seria tão triste se algo acontecesse a ela, né?
ELEONORA – Nem tente fazer nada contra a minha mãe!
APOLO – E só você me contar, o Bruno, ele gosta de homem?
ELEONORA – Isso você tem que perguntar a ele!
APOLO – Toma cuidado, eu sei que sua mãe tá doente, se precisar de algo eu tô aqui!
Ele entrega cem reais na mão da Eleonora que olha e admira a nota. Ela pensa em falar com o Apolo, mas desiste. A música para.
CENA QUATRO. PARIS. FUTURO MELHOR/SALA DE AULA. INT, DIA:
Leonardo entra em sala e escreve seu nome do quadro. Ao som de ‘Halo’ os alunos começam a entrar, eles não se sentam na cadeira e sim nas mesas. Todos assim, sentados em mesas e conversam. A música ganha à cena, Leonado sorri. Ele se senta na sua mesa igual aos alunos e música dá um stop.
LEONARDO – Turma, atenção, turma, TURMA! Obrigado, eu quero fazer uma pergunta, cadê as cadeiras?
CÁSSIO – O antigo professor era maluco e acho que sentando em mesas a gente iria aprender mais Literatura, o que não é verdade!
LEONARDO – Você deve ser o Cássio, li o seu histórico, você é o melhor aluno da turma! Parabéns!
CARLINHA – Quer que a gente pegue cadeiras?
LEONARDO – Não será preciso! Cássio, o ensinamento do professor não estava errado, assim vocês vão sentir a Literatura... O tema da aula de hoje é música!
DÁLIA – Música?
SIENA – O que música tem haver com a Literatura?
LEONARDO – Tudo, muitos poetas escreviam ao som de melodias do dia-a-dia... Quando eu falo em música, não quero dizer o POP, o Rock, nada disso... Quero dizer, a música do dia-a-dia, quando a gente deixa um lápis cair no chão, isso é a música do dia-a-dia e muitos outros! Quero uma redação sobre elementos do dia-a-dia que podem virar música! COMECE!
Os alunos começam a escrever em seus cadernos. O Leonardo se levanta e vai de mesa em mesa. A música retorna e ganha à cena.
CENA CINCO. RIO DE JANEIRO. AEROPORTO. INT, DIA/TARDE:
A música para. O dia já está virando tarde. Nanda e Serguei saem do portão de desembarque. Eles andam lado a lado até a lanchonete do aeroporto.
CENA SEIS. RIO DE JANEIRO. AEROPORTO/LANCHONETE. INT, TARDE:
NANDA – Porque comida de avião é ruim? A Europa deveria ser mais perto! Ficamos mais ou menos umas 13 horas naquele avião!
SERGUEI – Concordo! É difícil... Mais aguentamos firmes! Agora, vamos pra onde?
NANDA – Vamos para o Hotel, ligamos para a Elen e para o Cássio. E amanhã você vai lá pra casa deles e vai armar o terreno!
SERGUEI – E eu digo o que?
NANDA – Diga que está procurando emprego como copeiro e pronto! Dá um jeito de a minha mãe te contratar, só assim para o Jardel não achar que nós somos amigos ou algo parecido! Ai a Elen chega e a gente se junta contra ele, é isso!
Serguei ri, sabe que não será não assim tão fácil. Eles brindam com um suco de laranja.
CENA SETE. RIO DE JANEIRO. MANSÃO ARAUJO/SALA DE JANTAR. INT, TARDE:
Jardel chega e se senta ao lado de sua mulher. A empregada começa a servi-lo e depois se retira.
MADELEINE – Achei que não viria almoçar!
JARDEL – Resolvi vir, isso não é bom?
MADELEINE – Não quando não se tem ninguém para almoçar conosco! Mudando de assunto, Jardel, na próxima semana é o aniversário da Nanda e eu vou pra Portugal atrás dela!
Jardel larga o garfo e a faca e...
CONGELA.

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